A Biblioteca-Museu República e Resistência em colaboração com o NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, organizam de Janeiro a Abril de 2003 um ciclo de palestras com o título “Do Sistema Solar ao Universo”.
Este ciclo de Palestras, englobadas nas “Quintas da Ciência” terá lugar nas instalações da Biblioteca, na Rua Alberto de Sousa – Zona B do Rego Lisboa (Tel.: 21 7802760) às quintas-feiras, pelas 18h30, tendo início no dia 9 de Janeiro e prolongando-se até 10 de Abril de 2003. O objectivo do ciclo de palestras é proporcionar um maior conhecimento do mundo que nos rodeia, começando aqui mesmo no nosso Sistema Solar, e percorrendo o espaço e o tempo, ao longo de todo o nosso Universo.


A Biblioteca-Museu República e Resistência em colaboração com o NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, organizam de Janeiro a Abril de 2003 um ciclo de palestras com o título “Do Sistema Solar ao Universo”.
Este ciclo de Palestras, englobadas nas “Quintas da Ciência” terá lugar nas instalações da Biblioteca, na Rua Alberto de Sousa – Zona B do Rego Lisboa (Tel.: 21 7802760) às quintas-feiras, pelas 18h30, tendo início no dia 9 de Janeiro e prolongando-se até 10 de Abril de 2003. O objectivo do ciclo de palestras é proporcionar um maior conhecimento do mundo que nos rodeia, começando aqui mesmo no nosso Sistema Solar, e percorrendo o espaço e o tempo, ao longo de todo o nosso Universo.

O Sol

9 de Janeiro, por Mario J.P.F.G. Monteiro (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto)
O Sol foi sempre o ponto de partida para a descoberta pelo Homem do Universo. É ele o “centro” do nosso sistema planetário. Sendo uma estrela “pequena”, o Sol corresponde a um tipo de estrela comum na nossa galáxia. Mas acima de tudo, é a “nossa” estrela!
Nesta palestra iremos olhar para o interior do Sol, discutindo brevemente como funciona e qual a sua “historia”. Veremos ainda como é a superfície solar e a sua atmosfera, revendo assim muitas das facetas do Sol que de uma forma muito directa afectam todo o sistema solar.

Sistema Solar: Pequenos Corpos

16 de Janeiro, por Maria Helena Morais (Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra)
Ao contrário dos planetas, os pequenos corpos (asteróides e cometas) mantiveram-se mais ou menos inalterados durante a idade do Sistema Solar. Sendo assim, o estudo destes objectos dá-nos informação sobre as condições no disco de gás e poeira que rodeava o Sol há 4,6 mil milhões de anos atrás, e portanto permite-nos compreender melhor o processo que levou à formação do Sistema Solar actual.
O conhecimento das populações de asteróides e cometas teve um grande desenvolvimento nas últimas décadas. Este desenvolvimento deu-se não só no campo observacional mas também do ponto de vista teórico. Nesta palestra iremos resumir o estado de conhecimento actual sobre estes pequenos corpos do Sistema Solar.

Sistema Solar: Os Planetas

23 de Janeiro, por Vera Assis Fernandes (Centro Geofísico da Universidade de Coimbra / Department of Earth Sciences of the University of Manchester)
De poeira a planeta… tudo começou há cerca de 4650 milhões de anos nesta região do Cosmos onde habitamos, aquando a formação da estrela mais próxima de nós, o Sol, e do sistema planetário a que a Terra pertence, o sistema solar.
Nesta sessão serão apresentadas a formação e evolução dos planetas do sistema solar nesses tempos iniciais. O foco será no sistema Terra-Lua para o qual existem mais dados colhidos a partir de material da sua superfície.
Nascimento das Estrelas
30 de Janeiro, por José Carlos Correia (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
As estrelas são o constituinte básico do Universo. Como será que elas se formaram? Quais são os locais propícios para a formação de estrelas? E que factores podem fomentar ou impedir o nascimento de uma estrela? De que forma podemos nós assistir ao nascimento de uma estrela?
Nesta palestra procuraremos dar resposta a estas questões, começando por descrever o que é uma estrela, e chamando a atenção para a existência do meio interestelar, composto por gás e poeira, matéria prima para a formação das estrelas. Descreveremos os estágios de evolução pelos quais passa uma proto-estrela, bem como os métodos, técnicas e observações modernas que nos permitem aceder a estes estágios embrionários. Mostraremos alguns dos resultados óbtidos recentemente, e procuraremos fazer uma antevisão dos desenvolvimentos que poderemos esperar durante os próximos anos.
Terminaremos com uma referência ao “grande ciclo cósmico” de que fazemos parte, mostrando como a origem e o destino da Humanidade estão intimamente ligados ao nascimento, vida e morte das estrelas.

Astrobiologia: Um Olhar Sobre a Vida, a Terra e o Universo

6 de Fevereiro, por José Fernando Monteiro (Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
A origem, natureza e evolução do universo e da vida sempre constituiram um fascínio e uma constante interrogação.
Faz-se uma apresentação histórica dos conceitos da Astrobiologia, mostrando-se como esta ciência nos pode ajudar a compreender a origem, limites e evolução da própria vida.
Pela posição que ocupa relativamente ao Sol e pela quantidade de massa que acumulou, a Terra reuniu constituintes e adquiriu características químicas e ambientais que lhe permitiram não só a evolução geológica por que passou desde a sua origem, como ainda o aparecimento da vida. Com o conhecimento das fontes quentes hidrotermais dos fundos marinhos e da existência de matéria orgânica abiótica em alguns meteoritos, nos cometas e em alguns satélites dos planetas gigantes, a origem da vida é hoje encarada numa perspectiva cosmo-química-geológica.
A própria evolução da vida e as grandes extinções em massa de fauna e flora foram em muitos casos condicionadas por factores cósmicos, como a colisão de grandes corpos cometários e de asteróides sobre a superfície terrestre, factores determinantes nas grandes perturbações ambientais que ocorreram ao longo da escala geológica. Há mesmo quem proponha que as extinções em massa podem ser devidas à coincidência aproximada no tempo de impactos, actividade vulcânica excepcionalmente intensa e outros eventos geológicos.
O conhecimento da Terra, das Profundidades Oceânicas, do Sistema Solar e do Meio Galáctico, associados ao desenvolvimento de ideias sobre a distribuição dos ambientes em que a vida pode existir – os extremófilos, até há pouco completamente desconhecidos – levou a uma nova sistemática da vida e ao aparecimento de um novo paradigma sobre a distribuição da vida complexa no Universo. Em oposição ao pensamento de que a vida complexa e inteligente é comum no Cosmos, que prevaleceu até aos meados dos anos 90, considera-se que formas superiores de vida devem ser raras no Universo. Uma distância certa à estrela ideal; um posicionamento correcto na Galáxia; a existência de planetas gigantes com órbitas estáveis (tipo Júpiter e Saturno); a existência de uma lua como a nossa, que permite, para além das marés, a estabilidade do eixo terrestre e com isso a reduzida variação climática; a Tectónica de Placas e a ocorrência de megaimpactos são factores determinantes para que a vida ultrapasse o nível das formas bacterianas. Isso ocorreu na Terra e é pouco provável que um conjunto tão vasto de factores se reuna noutros pontos. Daí o aparecimento da teoria da “Terra Rara” que, embora não isenta de críticas, encontra a aceitação grande por parte de vários astrónomos, geólogos e biólogos.
Por fim, especula-se sobre o futuro da vida e a possibilidade de vida noutros locais do Universo.

Planetas Extra-Solares

13 de Fevereiro, por Nuno Santos (Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)
Deste tempos imemoriais que o ser humano se questiona sobre a existência de outros “mundos”. Será que o nosso Sistema Solar é único? E será que há vida noutros planetas? A resposta a estas e outras questões começa agora a desenhar-se. Nos últimos 7 anos os astrónomos puderam detectar mais de uma centena de planetas a orbitar outras estrelas. Estas descobertas permitiram por um lado provar que os planetas pululam no universo. No entanto, a grande diversidade de mundos até agora descobertos abriu inúmeras e interessantes questões.
Neste seminário vamos resumir a situação actual no contexto da procura de planetas extra-solares, mencionando as técnicas utilizadas, bem como os resultados mais recentes.

Vida e Morte das Estrelas

20 de Fevereiro, por João Fernandes (Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra)
Sabemos hoje que as estrelas nascem, evoluem e morrem. Esta perspectiva bem humana do ciclo de vida estrelas não é mais do que uma imagem. As escalas de tempo de evolução de uma estrela são astronómicas e impossíveis de seguir directamente pela observação humana. O Sol, por exemplo, nasceu há 4500 milhões de anos e viverá outro tanto. Estrelas há que não chegam a viver mais do que alguns milhões de anos. Outras estão cá desde que o Universo se formou há mais de 13000 milhões de anos. Mas como é que sabemos isso ? A resposta será dada na palestra, mas pode adiantar-se que este conhecimento é fruto de uma constante interacção entre a(s) teoria(s) e a observação. Não há outra forma de fazer as coisas.

Buracos Negros

27 de Fevereiro, por Rosa Doran (Centro de Astronomia e Astrofisica da Universidade de Lisboa / NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia)
No final do ciclo de vida de uma estrela podemos encontrar esses incrivelmente simples objectos, os Buracos Negros Estelares. São os objectos mais simples do Universo. Não emitem luz, e no entanto são responsáveis pelos fenómenos mais energéticos que conhecemos. Estes objectos foram propostos teoricamente pela primeira vez no século XVIII mas as primeiras evidências da sua existência só surgiram no final do século passado. Se não são visíveis, como é que podemos inferir a sua existência? Se são objectos tão simples, como é que sabemos tão pouco a seu respeito? Nesta palestra será apresentada uma breve perspectiva histórica, uma perspectiva moderna e serão apresentadas ainda as últimas descobertas e técnicas de detecção.

Via Láctea

6 de Março, por André Moitinho (Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)
Quem olhar para o céu numa noite limpa e escura verá uma banda ténue que atravessa o firmamento. Esta é a Via Láctea – a nossa galáxia, uma entre os biliões que existem no universo.
A Via Láctea contém cerca de 200 biliões de estrelas, entre as quais o nosso sol, e um sem número de outros objectos.
Nesta palestra falarei de como se formou, evoluiu e de que é feita a Via Láctea.

Núcleos Galácticos Activos e Explosões de Raios Gama

13 de Março, por Sónia Antón (Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)
Para além da Via Láctea existem milhões de galáxias. Uma em cada 1000 emite uma quantidade de energia elevadíssima no seu centro. Estas são as galáxias com núcleos activos. Os processos que decorrem no seio destas galáxias são dos mais energéticos do Universo. Mas não são os únicos! Na verdade, eventos enigmáticos denominados por fulgurações de raios gama emitem em alguns segundos a energia correspondente à que é emitida por milhares de milhões de supernovas.
Nesta palestra apresentarei um resumo do que conhecemos sobre estes fenómenos energéticos.

Enxames de Galáxias

20 de Março, por Catarina Lobo (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto / Dep. de Matemática Aplicada da FCUP)
Cerca de quinze mil milhões de anos-luz separam a Via Láctea – a galáxia que alberga o nosso Sol e da qual fazemos parte – dos “confins” do Universo, de onde nos chega a radiação cósmica de fundo, autentica marca arqueológica que indica os primórdios do nosso Universo.
Simulando uma longa viagem através deste espaço, que nos fará igualmente recuar no tempo, descobriremos todo o tipo de galáxias, isoladas ou membros de aglomerados, que povoam o espaço cósmico.A observação e estudo das suas propriedades (físicas, estruturais, morfológicas, …) e interacção ajudam os astrónomos a desvendar os mistérios da formação e evolução das estruturas do Universo.

Do Fundo de Radiação Cosmológico à Geometria do Universo

27 de Março, por Domingos Barbosa (CENTRA – Centro Multidisciplinar em Astrofísica / Dpt. Física – Instituto Superior Técnico)
O Fundo de Radiação Cósmica em Microondas é o fóssil mais antigo da historia cósmica. Repositario, pela sua origem -300 000 anos após o Big-Bang – de informação primordial sobre a geometria e o conteúdo do Universo, ele constitui a sonda de escolha para estudar a evolução do Universo, permitindo-nos dizer com razoável certeza que o Universo é plano, está em expansão acelerada e cheio de uma (ainda misteriosa) energia do vácuo.

Matéria Escura, Energia Escura e Constantes Variáveis

3 de Abril, por Carlos Martins (Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, DAMTP – University of Cambridge, Institut d’Astrophysique de Paris)
No nosso dia a dia estamos habituados à existência de 4 dimensões espacio-temporais. No entanto, a física de partículas moderna prevê de forma natural a existência de dimensões suplementares. A sua existência tem um grande número de consequências em astrofísica e cosmologia, transformando o universo primitivo num laboratório privilegiado para se estudar física de partículas – de facto, um laboratório incomparavelmente melhor (e mais barato) do que qualquer acelerador de partículas jamais construído.
Nesta palestra discutiremos a motivação teórica para a existência de dimensões suplementares, as razões pelas quais não as podemos ver directamente, e algumas das suas consequências para a astrofísica e a cosmologia. Em particular, explicaremos como é possível utilizar observações do sol, de quadrasse e da radiação cósmica de fundo para aprender coisas novas sobre física fundamental. Por outro lado, a existência de dimensões suplementares pode, por si só, constituir uma possível solução para alguns dos mais profundos problemas da astrofísica moderna, tais como a natureza da matéria e energia escuras ou a questão da possível variação das constantes fundamentais da natureza.

Astronomia no Séc. XXI

10 de Abril, por José Afonso (Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa)
Consequência e frequentemente causa de muitos avanços tecnológicos em tempos recentes, a Astronomia atravessa hoje um período de desenvolvimento rápido único na História. Encontramo-nos hoje no limiar de descobrir planetas como a Terra em torno de outras estrelas e de neles procurar sinais de Vida; e, simultaneamente, de observarmos a formação das primeiras galáxias e estrelas, nos primórdios do Universo.
Como antevemos os avanços da Astronomia neste século? Que novos telescópios e instrumentos permitirão manter (ou aumentar) o ritmo alucinante de descobertas dos últimos anos? E com que novas janelas de observação podemos contar para compreender o Universo em que nos encontramos? Nesta palestra procuraremos responder a estas perguntas, descrevendo o previsível e tentando vislumbrar o imprevisível para a Astronomia dos próximos 100 anos.