O NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, promove mensalmente a “Astronomia em Crescente”. Esta actividade, que normalmente decorre no Sábado próximo da fase de Quarto-Crescente da Lua, é constituída por uma apresentação sobre um tema astronómico e, caso as condições meteorológicas o permitam, por uma sessão de observação nocturna com telescópios.
Os próximos temas da “Astronomia em Crescente”:
20 de Dezembro – “Galileu Galilei e o Ano Internacional da Astronomia 2009”
A actividade tem inicio às 21:30 no Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, na Estrada Marginal, São Pedro do Estoril.
O NUCLIO-Núcleo Interactivo de Astronomia, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, promove mensalmente a “Astronomia em Crescente”. Esta actividade, que normalmente decorre no Sábado próximo da fase de Quarto-Crescente da Lua, é constituída por uma apresentação sobre um tema astronómico e, caso as condições meteorológicas o permitam, por uma sessão de observação nocturna com telescópios.
Em 2008, as datas e temas da “Astronomia em Crescente” serão:
19 de Janeiro – “Alterações globais e desenvolvimento sustentável“, por Filipe Duarte Santos (SIM-FCUL)
16 de Fevereiro – “O Gelo Polar e as Alterações Climáticas“, por Gonçalo Vieira (Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa)
15 de Março – “Raios cósmicos de energia extrema“, por Sofia Andringa (LIP)
12 de Abril – “Ciclo Solar Estaremos Fritos?“, por Grom Matthies (UAA/NUCLIO)
17 de Maio – “Formação e evolução das grandes estruturas do Universo: A misteriosa teia cósmica“, por António José da Silva (CAUP)
7 de Junho ADIADA – Nova data: 28 de Junho – “À caça dos neutrinos em Lisboa”, por Maria José Gomes (CFNUL)
26 de Julho – “NUCLIO em Festa”
11 de Outubro – “A experiência ATLAS no LHC – em busca dos segredos da matéria“, por Agostinho Gomes (LIP)
8 de Novembro – “Cometas, Asteróides e Buracos no Chão“, por José Saraiva (IST-CERENA/NUCLIO)
20 de Dezembro – “Galileu Galilei e o Ano Internacional da Astronomia 2009“, por Guilherme de Almeida
A actividade tem inicio às 21:30 no Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, na Estrada Marginal, São Pedro do Estoril.
Mais informações pelos telefones 214643670 ou 960356909.

Resumos
Alterações globais e desenvolvimento sustentável
Filipe Duarte Santos (SIM-FCUL)
Pela primeira vez na história da humanidade temos a capacidade de interferir à escala dos sistemas terrestres provocando alterações globais. Um dos exemplos mais eloquentes è a alteração da composiçao da baixa atmosfera provocada pelas emissões antropogénicas de CO2 e de outros gases com efeito de estufa. Estamos assim confrontados com o desafio de assegurar o desenvolvimento social e económico, sobretudo nos países em desenvolvimento e nos mais pobres, sem provocar uma interferência humana perigosa sobre os sistemas terrestres, em especial o sistema climático, os oceanos, os recursos hídricos e a biodiversidade, ou seja de atingir um desenvolvimento sustentável.
O Gelo Polar e as Alterações Climáticas
Gonçalo Vieira (Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa)
O aquecimento global é um tema que tem estado na ordem do dia e no passado Verão, várias notícias versaram a questão da acentuada fusão do gelo marinho do Árctico. Este gelo resulta essencialmente da congelação da água do mar e da neve que sobre esta vai caindo. A sua fusão não tem implicações na subida do nível médio da água do mar, ao contrário da fusão das massas de gelo continentais. A palestra centrar-se-á na diversidade dos gelos polares, na sua importância no equilíbrio do sistema Terra, bem como na sua sensibilidade às alterações climáticas.
Raios cósmicos de energia extrema
Sofia Andringa ( LIP)
No inicio do século XX, vôos em balão permitiram identificar uma radiação de partículas carregadas de origem extra-terrestre. Durante mais de cem anos, esta radiação foi estudada e caracterizada, descobrindo-se que algumas destas partículas – embora de tamanho microscópico – têm energias macroscópicas. No entanto, enquanto a cada segundo cada um de nós é atravessado por raios cósmicos, os de energia mais extrema são tão raros que para os estudar são necessários detectores que cobrem áreas de vários milhares de quilómetros quadrados. O Observatório Pierre Auger, situado na Pampa Argentina, foi construído com a motivação de caracterizar estas partículas e identificar as fontes astrofísicas que as originam. Serão apresentados os primeiros resultados do Observatório que abrem janelas muito interessantes quer para a Astrofísica quer para a Física de Partículas.
Ciclo Solar Estaremos Fritos?
Grom Matthies (UAA/NUCLIO)
Porque o Inverno de 2007 não foi um Inverno a sério? Porque o Sol nos cozeu com tanta intensidade em 2006 e noutros Verões anteriores? O efeito de estufa, a radiação solar, as condições meteorológicas diárias e clima anual e as manchas solares… cientistas batem e debatem-se sobre as correlações ou a falta delas. Mas toda gente diz que, lá fora, o tempo já não é o que era. O engano é dos cientistas ou do senso comum? Depois da palestra, estará certamente mais a vontade de decidir sobre isso. As componentes da actividade solar que nos afectam e como se fazem notar imediatamente ou com efeito retardador. E a longo, mesmo longo prazo, que podemos prever para a Terra e os seus habitantes. Seremos fritos ou congelados?
Formação e evolução das grandes estruturas do Universo: A misteriosa teia cósmica
António José da Silva (CAUP)
À escala dos grupos de galáxias e em escalas de distância superiores,o Universo aparenta-se a uma misteriosa teia cósmica (do inglês Cosmic Web), onde a matéria luminosa se distribui numa complexa e intrincada rede filamentar, residência de galáxias e gás de composição, essencialmente, primordial. Os enxames de galáxias, as maiores estruturas gravitacionalmente ligadas do Universo, formam-se nas intersecções dessa complexa teia cósmica, acretando matéria que flui através dos filamentos e que alimenta, de forma contínua, o crescimento dos enxames para massas que atingem, actualmente, vários milhares de milhões de milhões (1015) de massas solares.
Um dos maiores e mais excitantes desafios em Astronomia consiste em compreender o processo de formação e evolução desta imensa teia cósmica; i. e. conhecer de que forma pequenas perturbações de densidade primordiais, observadas sobre forma de pequenas flutuações (da ordem de uma parte em 100 000) na temperatura da radiação cósmica de fundo deram origem às primeiras galáxias, filamentos e enxames de galáxias que actualmente observamos no Universo. Nesta apresentação far-se-á uma pequena ‘viagem guiada’ pela misteriosa teia cósmica, por forma a introduzir o actual estado da arte e debater as ideias essenciais, modelos e métodos numéricos de maior sucesso utilizados para descrever o apaixonante processo de formação e evolução da estrutura cósmica.
À caça dos neutrinos em Lisboa
Maria José Gomes (CFNUL)
Os neutrinos são partículas elementares resultantes de decaimentos radioactivos ou reacções nucleares, tais como as que ocorrem no Sol ou quando os raios cósmicos embatem em átomos. Cada um de nós é atravessado por cerca de 50×1012 neutrinos solares por segundo. Os neutrinos têm uma interacção fraca com a matéria e por isso não damos por eles, no entanto são fundamentais para a compreensão microscópica e cosmológica da Natureza. Os neutrinos são as partículas elementares mais misteriosas e difíceis de detectar. Até hoje, apenas se conseguiu dar um limite superior para a massa do neutrino e que é pelo menos 250 000 vezes mais pequena do que a partícula elementar mais leve: o electrão. A determinação directa da massa do neutrino é o objectivo da colaboração internacional MARE, da qual Portugal faz parte. A experiência baseia-se no decaimento radioactivo do isótopo natural do Rhenium e usando detectores supercondutores ultra-sensíveis a temperaturas muito baixas (0.06 K), prevê começar a caçar neutrinos em 2010. Antes disso, será construído um kit-experimental que será usado por todos os laboratórios da colaboração espalhados pelo mundo. A contribuição do grupo de investigadores do Centro de Física Nuclear da Universidade de Lisboa será apresentada na palestra e quem sabe se não o convenço a juntar-se a nós!
NUCLIO em Festa
O NUCLIO faz 7 anos e para comemorar a Astronomia em Crescente passa a Minguante 🙂 e promovemos um convívio para conversas soltas sobre Astronomia entre o público e Astrónomos, membros e convidados do NUCLIO.
A experiência ATLAS no LHC – em busca dos segredos da matéria
Agostinho Gomes (LIP)
O detector ATLAS é um dos 4 grandes detectores que funcionam no Grande Colisionador Hadrónico (LHC) do CERN, localizado em Genebra. No detector ATLAS participam cerca de 2000 cientistas de todo o mundo, havendo uma significativa participação portuguesa. No LHC colidem feixes de protões a uma energia muito elevada, de forma a criar condições para a produção do hipotético bosão de Higgs, encontrar partículas constituintes da matéria escura ou explicar porque é que a matéria abunda no Universo ao contrário da anti-matéria. Serão abordados de forma resumida o detector ATLAS, o seu modo de funcionamento e a participação portuguesa.
Cometas, Asteróides e Buracos no Chão
José Saraiva (IST-CERENA/NUCLIO)
Há poucos séculos atrás era impensável que a Terra fosse atingida por rochas vindas do espaço. Hoje em dia esse é um facto de conhecimento comum. Toda a gente “sabe” que os dinossauros desapareceram por causa da queda de um cometa na Terra. Mas com que frequência é que se dá um acontecimento do género? Onde estão as evidências na superfície da Terra? Por outro lado, já vimos no cinema como desviar um asteróide que se encaminha para a Terra… Para Hollywood é uma tarefa simples, mesmo que com aspectos trágicos. Na realidade, estaremos preparados para isso? Veremos também o que se está a fazer para tentar perceber a natureza dos objectos de pequenas dimensões que vogam pelo espaço, à mercê do jogo das atracções gravíticas dos seus “primos”, na sua constante corrida em torno do Sol.
Galileu Galilei e o Ano Internacional da Astronomia 2009
Guilherme de Almeida
Nunca será de mais realçar que em 2009 terão passado 400 anos em relação a 1609, ano em que Galileu Galilei (1564-1642) aperfeiçoou o telescópio e fez importantes descobertas com ele. Descobertas que abalaram o mundo, mudaram a nossa visão do Universo e do lugar do Homem no Universo. A palestra mostrará alguns desses passos fundamentais.
Para comemorar os 400 anos sobre o início das observações de Galileu, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano 2009 como ano Internacional da Astronomia, abreviadamente designado por AIA2009.
O AIA2009 é um acontecimento a nível mundial, envolvendo 128 países. Portugal também participa, sob a coordenação da Sociedade Portuguesa de Astronomia. Estão previstas diversas iniciativas e eventos, a nível nacional e mundial, que serão referidos na palestra.
Esta comemoração tem por objectivo ajudar as pessoas a redescobrir o seu lugar no Universo através das observações astronómicas. E também estimular o interesse e a divulgação da astronomia e da ciência em geral, especialmente entre os jovens.