Astronomia em Crescente 2011/2012

O NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, com o apoio do Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal e da Câmara Municipal de Cascais promove a realização mensal da “Astronomia em Crescente”.
Esta actividade, que normalmente decorre no Sábado próximo da fase de Quarto-Crescente da Lua, a partir das 21h30, é constituída por uma apresentação sobre um tema astronómico e, caso as condições meteorológicas o permitam, por uma sessão de observação nocturna com telescópios.
No ano lectivo de 2011/2012, as datas e temas da “Astronomia em Crescente” serão:
8 de Outubro – “Neptuno, o Perturbador“, por João Gregório (Grupo Atalaia)
5 de Novembro – “A ameaça dos Asteróides“, por José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
17 de Dezembro – “A expansão acelerada do Universo e o Nobel da Física 2011“, por Nelson Nunes (CAAUL/FCUL) e Carl Pennypacker (UC Berkeley, por videoconferência), ambos co-autores do artigo que deu origem ao prémio
7 de Janeiro – “O Grande Desígnio de Stephen Hawking“, por Paulo Crawford (CAAUL/FCUL)
4 de Fevereiro – “Nariz no Ar em 2012“, por Hugo Silva (Grupo Atalaia)
3 31 de Março – “Terra, um planeta vigiado“, por José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
28 de Abril – Café Ciência com a presença de vários cientistas (Temas: Energia Escura, Higgs, Vida e evolução, Mistérios do Sistema Solar)
26 de Maio – “A aceleração anómala das sondas Pioneer e o efeito térmico das fontes de calor a bordo“, por Orfeu Bertolami (DFA-FCUP)
30 de Junho – “Café Ciência” com a presença do Prof. Patrick Miller coordenador do “International Asteroid Search Campaing”
A actividade tem inicio às 21:30 no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, na Estrada Marginal, São Pedro do Estoril.
Mais informações pelos telefones 214 815 924 ou 960 356 909.

Resumos

Neptuno, o Perturbador
João Gregório (Grupo Atalaia)
Neptuno, mais que nenhum outro planeta do nosso sistema solar, tem uma interessante história a contar sobre a sua descoberta.
O método que levou à sua descoberta, tem nos nossos dias, uma versão adaptada ás novas realidades dos planetas extrasolares.
A ameaça dos Asteróides
José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
Ao longo da sua história, a Terra já foi várias vezes atingida por projécteis celestes de grande dimensão. Estes impactos tiveram consequências, alterando as condições ambientais no planeta e levando mesmo à ascensão de certos grupos de seres vivos em detrimento de outros.
As probabilidades de que um cataclismo semelhante atinja a Terra na actualidade são reais. Mas há uma diferença: o Homem tem à sua disposição instrumentos que lhe permitem detectar as ameaças cósmicas deste género, e até intervir directamente para evitar uma colisão com uma grande pedra do espaço.
Ainda há muito trabalho para fazer, é certo… mas amanhã não será a véspera do dia em que o céu nos vai cair sobre a cabeça!
A expansão acelerada do Universo e o Nobel da Física 2011
Nelson Nunes (CAAUL/FCUL)
O prémio Nobel da Física foi atribuido este ano a duas equipas que descobriram, usando supernovas distantes, que o Universo se encontra em expansão acelerada. Neste encontro farei um resumo cronológico dos principais passos que levaram ao desenvolvimento de uma técnica eficaz de encontrar supernovas distantes e como elas são importantes na determinação da natureza e abundância dos constituintes
do Universo.
A descoberta da expansão acelerada levou à especulação da existência de uma componente do Universo de pressão negativa chamada Energia Escura. Uma discussão dos modelos de Energia escura e possíveis alternativas será também dada.
O Grande Desígnio de Stephen Hawking
Paulo Crawford (CAAUL/FCUL)
Stephen Hawking nasceu a 8 de Janeiro de 1942, em Oxford, em plena II Guerra Mundial, cerca de 300 anos depois da morte de Galileu.
Durante a sua passagem pela escola, e mesmo pela universidade, poucos seriam capazes de suspeitar das suas verdadeiras capacidades intelectuais e da importância dos resultados científicos que viria a obter. Não tendo eclipsado o génio de Einstein, a verdade é que os seus trabalhos muito fizeram para engrandecer a obra do mestre, desse ícone da Ciência Mundial, com particular relevo na Física Teórica.
Nesta nossa conversa recordarei, as contribuições mais significativas, como sejam os teoremas sobre as singularidades do espaço-tempo – que permitem de algum modo prever a existência dos Buracos Negros e do Big Bang – e talvez ainda mais relevante a previsão de que os Buracos Negros não são negros, mas que podem emitir todo o tipo de partículas, num processo crescente que termina numa explosão conhecida pela evaporação dos buracos negros. Estes últimos resultados abriram o caminho para mostrar a relevância da teoria quântica da gravitação.
Falarei também dos seus livros, em particular daqueles que se dirigem aos leigos e que tive o privilégio de rever para as edições portuguesas da Gradiva: Brevíssima História do Tempo e O Grande Desígnio. O tempo será escasso para analisar tantas questões, mas viajando a grande velocidade talvez cheguemos às terras do nunca, onde o Universo se torna mais claro
Nariz no Ar em 2012
Hugo Silva (Grupo Atalaia)
No nosso dia-a-dia ocorrem inúmeros eventos astronómicos que qualquer curioso da ciência e do espaço pode e frequentemente está interessado em seguir. Desde as banais oposições, até às bastante fotogénicas conjunções múltiplas, muito se passa de interessante acima das nossas cabeças, levando-nos a andar frequentemente de nariz no ar. Prepare-se para 2012 e fique a conhecer o que de interessante vai acontecer, a olho nu, binóculos ou com um pequeno telescópio!
Terra, um planeta vigiado
José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
O conhecimento do Homem acerca da Terra começou por ser local, depois regional, e só muito mais tarde se tornou global. Podemos dizer que só na segunda metade do séc. XX, com o advento da Era Espacial, é que a Humanidade tomou consciência de que habita um planeta que representa um sistema global, com interacções e equilíbrio complexos, alguns dos quais ainda revestidos de mistério. Para essa compreensão muito têm contribuído os satélites de observação da Terra, que recolhem dados sobre a atmosfera, a hidrosfera, a biosfera e a geosfera. O maior deles foi lançado pela ESA e comemora agora os seus 10 anos de actividade em órbita. Nesta palestra passaremos em revista algumas das suas observações, as questões que elucidaram e os enigmas que levantaram.
A aceleração anómala das sondas Pioneer e o efeito térmico das fontes de calor a bordo
Orfeu Bertolami (DFA-FCUP)
As sondas Pioneer 10 e 11 foram lançadas em 1972 e 1973, respectivamente, e o estudo das suas trajectórias revelou que a velocidade de afastamento do Sol das sondas estava a diminuir a uma taxa aproximada de cerca de 8×10^-10 m/s².
Durante mais de 1 década especulou-se acerca das possíveis causas dessa
desaceleração, e recentemente, foi possível concluir que a força devida à radiação das fontes de calor a bordo das sondas é a causa mais provável da desaceleração observada.