lua_cres.jpgA Astronomia foi a “estrela” de 2009, com a celebração do Ano Internacional da Astronomia, e a realização de milhares de eventos por todo o mundo. Para o NUCLIO, que desde 2001 promove o ensino e divulgação da Astronomia, 2010 não vai ser muito diferente de 2009. Assim, como não poderia deixar de ser, o NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, com o apoio do Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal e da Câmara Municipal de Cascais continua a realizar mensalmente a “Astronomia em Crescente”.
Esta actividade, que normalmente decorre no Sábado próximo da fase de Quarto-Crescente da Lua, a partir das 21h30, é constituída por uma apresentação sobre um tema astronómico e, caso as condições meteorológicas o permitam, por uma sessão de observação nocturna com telescópios.
Os próximos temas da “Astronomia em Crescente”:
13 de Novembro – “Biodiversidade ao sabor do risco… do desenho científico”
18 de Dezembro – “Da relação entre a Astronomia helenística e o Islão”
A actividade tem inicio às 21:30 no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, na Estrada Marginal, São Pedro do Estoril.


lua_cres.jpgA Astronomia foi a “estrela” de 2009, com a celebração do Ano Internacional da Astronomia, e a realização de milhares de eventos por todo o mundo. Para o NUCLIO, que desde 2001 promove o ensino e divulgação da Astronomia, 2010 não vai ser muito diferente de 2009. Assim, como não poderia deixar de ser, o NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia, com o apoio do Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal e da Câmara Municipal de Cascais continua a realizar mensalmente a “Astronomia em Crescente”.
Esta actividade, que normalmente decorre no Sábado próximo da fase de Quarto-Crescente da Lua, a partir das 21h30, é constituída por uma apresentação sobre um tema astronómico e, caso as condições meteorológicas o permitam, por uma sessão de observação nocturna com telescópios.
Em 2010, as datas e temas da “Astronomia em Crescente” serão:
23 de Janeiro – “A crise chegou a Marte“, por José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
20 de Fevereiro -“Tertúlias do Universo – Homenagem a J. F. Monteiro“, por Sócios do NUCLIO
27 de Março – “Outras Vias Lácteas“, por Sónia Anton (CICGE-FCUP & SIM-FCUL)
24 de Abril – “O Clima Espacial“, por Grom Matthies (UAA e NUCLIO)
22 de Maio – “Gás + Pó = Estrelas + Planetas (+ Vida?)“, por Carlos Antunes Santos (OAL/FCUL e NUCLIO)
19 de Junho – “Aplicações da Astronomia & Espaço no quotidiano“, por Rui Silva (UC e NUCLIO)
18 de Setembro – “Histórias da Lua…“, por José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
16 de Outubro – “Colisões de galáxias no Universo primitivo“, por Hugo Messias (CAAUL/FCUL)
13 de Novembro – “Biodiversidade ao sabor do risco… do desenho científico“, por Fernando Correia
18 de Dezembro – “Da relação entre a Astronomia helenística e o Islão“, por Halima Naimova (OAL/FCUL)
A actividade tem inicio às 21:30 no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, na Estrada Marginal, São Pedro do Estoril.
Mais informações pelos telefones 214 815 924 ou 960 356 909.
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Resumos

A crise chegou a Marte
José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
Os tempos de crise parecem ter chegado à exploração de Marte. O adiamento de missões como o rover americano Mars Science Laboratory e a indecisão quanto ao ExoMars europeu foram os primeiros sinais. A missão russa a Phobos sofreu a mesma sorte. Neste momento, para lá do MSL e da sonda orbital MAVEN, não existem mais missões previstas… Claro que em torno de Marte existem ainda várias sondas em actividade, que continuam a enviar dados preciosos para melhorar a nossa compreensão da história do planeta vermelho. Na superfície, dois velhos rovers tentam prosseguir a sua missão, enfrentando as armadilhas da areia marciana… nem sempre com sucesso.
Mas talvez esta pausa venha em boa hora. Está a ser realizada nos EUA a “Decadal Survey” para as ciências planetárias. Espera-se que desta consulta alargada à comunidade científica venha a emergir um programa de exploração do Sistema Solar bem pensado e estruturado, capaz de satisfazer os anseios de todos os que estudam os planetas, e menos sujeito a contingências políticas e orçamentais. Entretanto, a ESA e a NASA estreitaram os seus laços, e prevêem colaborar de perto em várias missões, incluindo, claro, a exploração de Marte. Portanto, a crise é passageira, e os mistérios do planeta vermelho continuarão a ser investigados no futuro.
Tertúlias do Universo – Homenagem a J. F. Monteiro
Sócios do NUCLIO
A sessão de Fevereiro é uma homenagem ao cientista e escritor José Fernando Monteiro que nos deixou há já 5 anos. A sua obra entretanto permanece e mais actual que nunca. Neste serão vamos promover uma leitura de alguns dos seus textos. O público terá a oportunidade de participar na leitura dos textos e discussão dos tópicos com os cientistas presentes. Alguns dos capítulos em destaque:
Cientistas Criam Vírus?
Veio a vida do Espaço?
A estranha forma da Terra
Estranhas Influências do Sol
Biodiversidade Ameaçada
Onde estão todos?
Outras Vias Lácteas
Sónia Anton (CICGE-FCUP & SIM-FCUL)
Vivemos no meio de planetas, poeira, estrelas e gás, adivinháveis em noites escuras, em forma de mancha leitosa que mitologicamente, nossos antepassados, designaram por Via Láctea.
Nesta conversa iremos ver outras Via Lácteas, conhecer as suas propriedades, discutir a sua evolução, descobrir longínquos vizinhos. Durante esta “viagem astronómica” falaremos de Buracos Negros, Quasares e canibalismo galáctico.
O Clima Espacial
Grom Matthies (UAA e NUCLIO)
Praticamente desconhecido há 40 anos, estudado desde há 20 anos, e finalmente elevado a ramo científico com direito a nome próprio: “o clima espacial”. O suposto vazio além da nossa atmosfera terrestre, o espaço interplanetário, afinal está cheio de surpresas, fustigado por ventos e tempestades ameaçadores. Verdade é, a humanidade tem de salvar o ambiente, e com isso o clima terrestre, mas o que nos salva do clima espacial? As causas e efeitos desta “meteorologia” espacial estão em foco nesta palestra.
Gás + Pó = Estrelas + Planetas (+ Vida?)
Carlos Antunes Santos (NUCLIO)
No principio o Universo era muito simples: energia pura! Para que a “equação” que dá título a esta apresentação possa ser escrita, o Universo teve de evoluir. Quase imediatamente a energia começou a materializar-se em partículas, de tal forma que no fim de poucos minutos além de energia (fotões) existiam já os núcleos dos elementos mais simples, Hidrogénio, Hélio e um pouquinho de Lítio. Mas foi preciso esperar 380 mil anos para que estes núcleos capturassem electrões e se transformassem em átomos.
Já temos o gás da “equação”, mas para que o Pó tivesse oportunidade de surgir, outra equação, aparentemente mais simples teve de funcionar, uma equação em que o Gás se transforma em Estrelas sem o auxilio do Pó. Só após alguns milhões de anos esta primeira geração de estrelas (sem Pó) teve oportunidade de produzir no seu interior elementos mais pesados e, ao explodir como supernova, disseminar esses elementos pelo Universo.
Chegámos assim a um ponto na história do Universo em que a “equação” faz sentido. Temos muito Gás, temos algum Pó e podemos então produzir novas Estrelas com Planetas (e Vida?).
Aplicações da Astronomia & Espaço no quotidiano
Rui Silva (UC e NUCLIO)
A investigação nas áreas da astronomia, astrofísica e espaço, têm um impacto importante na vida dos cidadãos. Ilustrando a importância desse investimento público em ciência e tecnologia, apresentaremos algumas das muitas aplicações no quotidiano resultantes da investigação nas áreas mencionadas, tais como: lentes com tratamento anti-risco, lentes com protecção ultravioleta, termómetros de infravermelhos, cremes anti-rugas, capacetes para ciclismo, painéis fosforescentes, electrodomésticos sem fios, roupas resistentes ao fogo, localização por GPS, conservação de alimentos, fotografia digital e sistemas portáteis para diálise.
Histórias da Lua…
José Saraiva (CERENA/IST e NUCLIO)
O nosso satélite natural, ao contrário do que se possa pensar, continua
a esconder muitos mistérios. A sua exploração, mesmo contando com a
contribuição de 12 homens na recolha de amostras, está muito incompleta.
Basta pensar nas surpresas que ainda surgem quando as velhas amostras do programa Apollo são novamente analisadas. Ou na distribuição das
crateras de impacto na face oculta. Ou na presença de gelo nas crateras
polares. Ou na vastidão das paisagens lunares ainda por reconhecer…
Apesar das indecisões do programa espacial americano, a Lua continua a
ser um alvo apetecido para as novas potências espaciais, e ainda há
pouco foi anunciada a segunda missão indiana à Lua. Talvez um dia os
velhos sonhos da ficção científica se concretizem e alguns homens vivam
em redomas sob céus estranhos – e é a Lua que surge como a escolha óbvia
para as primeiras experiências do género.
Colisões de galáxias no Universo primitivo
Hugo Messias (CAAUL/FCUL)
Como estudante de doutoramento de último ano, penso já ter alguma experiência em investigação a partilhar. Nesta palestra farei isso mesmo. Desde as primeiras divagações ao estado actual de um estudo por mim começado, irei contar cada passo do caminho que me levou a “encontrar” uma população de galáxias muito peculiar. Observadas numa altura em que o Universo vivia a época de maior actividade de formação galáctica (tinha já “ele” os seus 1,6 a 3,3 mil milhões de anos), estas galáxias não só mostram uma complexa mistura de populações de estrelas, como também revelam indicações de uma co-existência com um buraco negro super-massivo no seu centro, algo que está de acordo com os modelos mais recentes de evolução galáctica. Irei delinear diversos pormenores do estudo, incluindo os cuidados técnicos que é preciso ter antes de se apresentar um estudo à comunidade científica por vias de uma (esperada) publicação.
Biodiversidade ao sabor do risco… do desenho científico
Fernando Correia (Biólogo, Ilustrador Científico e Designer)
A abordagem gráfica à multitude de formas orgânicas que caracterizam a biodiversidade contemporânea e a extinta.
A vantagem da ilustração científica enquanto plataforma priveligiada na codificação da mensagem científica em unidades visuais capazes de facilitar a compreensão e aprensão de conteúdos por vezes complexos. A necessidade de simplificar a mensagem científica, tornando-a apelativa e mais intuitiva ao público-alvo (o marketing científico).
As aventuras de quem “ar…risca” a figurar o mundo natural: pequenas histórias pessoais.
Da relação entre a Astronomia helenística e o Islão
Halima Naimova (OAL/FCUL)
Quando a astronomia helenística encontrou o seu lugar no Islão, nos
séculos VIII e IX DC, teve de se adaptar a este novo meio, tendo
encontrado diversas maneiras para o fazer.
Falaremos de como a religião do Islão – entendida como a doutrina e o
ritual – tem afectado e influenciado o curso da astronomia.
Daremos uma visão geral destas influências e examinaremos um caso
concreto em que se pode ver como um discurso religioso sobre a
compatibilidade do mundo natural aristotélico e a omnipotência de
Deus se fez sentir dentro da astronomia. Sublinha-se o facto de não
existir um ponto de vista “islâmico” único mas antes opiniões
divergentes, que surgiram de uma variedade de factores históricos,
intelectuais e individual.