O NUCLIO colabora com Coimbra, Capital Nacional da Cultura 2003, na organização de um ciclo de palestras designado “Astronomia Moderna Contada Em Português”. Este ciclo, com início no dia 15 de Setembro irá trazer até final do ano ao Convento de São Francisco em Coimbra, pelas 18h30m, alguns dos melhores Astrónomos Portugueses. A sequência dos temas abordados nas palestras conduz-nos numa viagem pelo espaço e pelo tempo, desde o Sol e Sistema Solar, passando pelas Estrelas, Galáxias e terminando no princípio de tudo, o Big-Bang.
Nota: a palestra de dia 27 de Outubro realiza-se excepcionalmente às 21h30m.
O NUCLIO colabora com Coimbra, Capital Nacional da Cultura 2003, na organização de um ciclo de palestras designado “Astronomia Moderna Contada Em Português”. Este ciclo, com início no dia 15 de Setembro irá trazer até ao final do ano ao Convento de São Francisco em Coimbra, pelas 18h30m, alguns dos melhores Astrónomos Portugueses. A sequência dos temas abordados nas palestras conduz-nos numa viagem pelo espaço e pelo tempo, desde o Sol e Sistema Solar, passando pelas Estrelas, Galáxias e terminando no princípio de tudo, o Big-Bang.
Nota: a palestra de dia 27 de Outubro realiza-se excepcionalmente às 21h30m.
Programa
![]() |
|
(15 de Setembro ) 27 de Outubro – O Sol
Mário João Monteiro (FCUP / CAUP)
(excepcionalmente às 21h30m)
O Sol foi sempre o ponto de partida para a descoberta pelo Homem do Universo. É ele o “centro” do nosso sistema planetário. Sendo uma estrela “pequena”, o Sol corresponde a um tipo de estrela comum na nossa galáxia. Mas acima de tudo, é a “nossa” estrela! Nesta palestra iremos olhar para o interior do Sol, discutindo brevemente como funciona e qual a sua “história”. Veremos ainda como é a superfície solar e a sua atmosfera, revendo assim muitas das facetas do Sol que de uma forma muito directa afectam todo o sistema solar.
![]() |
|
29 de Setembro – O Sistema Solar
Maarten Roos Serote (CAAUL)
Quase todos os planetas do Sistema Solar foram visitados pelo menos uma vez por sondas robóticas terrestres. Aprendemos muito e novas questões surgiram. Uma das perguntas que ainda está por responder é: Como se formou o Sistema Solar. Desde há séculos existem teorias sobre esse tema, e até há uns anos pensávamos ter entendido os passos principais.
No entanto, desde há poucos anos temos informações complementares, i.e. as descobertas de novos planetas à volta de outras estrelas, os sistemas extra-solares. Estes sistemas são muito diferentes do nosso, e põem em causa partes do nosso entendimento sobre a sua formação e a do nosso Sistema Solar.
Nesta palestra irei falar sobre o estado do conhecimento acerca da formação dos planetas, quais as certezas, e quais as incertezas.
![]() |
|
6 de Outubro – Astrobiologia
José Fernando Monteiro (FCUL)
A origem, natureza e evolução do universo e da vida sempre constituíram um fascínio e uma constante interrogação. Faz-se uma apresentação histórica dos conceitos da Astrobiologia, mostrando-se como esta ciência nos pode ajudar a compreender a origem, limites e evolução da própria vida. Pela posição que ocupa relativamente ao Sol e pela quantidade de massa que acumulou, a Terra reuniu constituintes e adquiriu características químicas e ambientais que lhe permitiram não só a evolução geológica por que passou desde a sua origem, como ainda o aparecimento da vida. Com o conhecimento das fontes quentes hidrotermais dos fundos marinhos e da existência de matéria orgânica abiótica em alguns meteoritos, nos cometas e em alguns satélites dos planetas gigantes, a origem da vida é hoje encarada numa perspectiva cosmo-química-geológica. A própria evolução da vida e as grandes extinções em massa de fauna e flora foram em muitos casos condicionadas por factores cósmicos, como a colisão de grandes corpos cometários e de asteróides sobre a superfície terrestre, factores determinantes nas grandes perturbações ambientais que ocorreram ao longo da escala geológica. Há mesmo quem proponha que as extinções em massa podem ser devidas à coincidência aproximada no tempo de impactos, actividade vulcânica excepcionalmente intensa e outros eventos geológicos. O conhecimento da Terra, das Profundidades Oceânicas, do Sistema Solar e do Meio Galáctico, associados ao desenvolvimento de ideias sobre a distribuição dos ambientes em que a vida pode existir – os extremófilos, até há pouco completamente desconhecidos – levou a uma nova sistemática da vida e ao aparecimento de um novo paradigma sobre a distribuição da vida complexa no Universo. Em oposição ao pensamento de que a vida complexa e inteligente é comum no Cosmos, que prevaleceu até aos meados dos anos 90, considera-se que formas superiores de vida devem ser raras no Universo: uma distância certa à estrela ideal; um posicionamento correcto na Galáxia; a existência de planetas gigantes com órbitas estáveis (tipo Júpiter e Saturno); a existência de uma lua como a nossa, que permite, para além das marés, a estabilidade do eixo terrestre e com isso a reduzida variação climática; a Tectónica de Placas e a ocorrência de megaimpactos são factores determinantes para que a vida ultrapasse o nível das formas bacterianas. Isso ocorreu na Terra e é pouco provável que um conjunto tão vasto de factores se reúna noutros pontos. Daí o aparecimento da teoria da “Terra Rara” que, embora não isenta de críticas, encontra aceitação grande por parte de vários astrónomos, geólogos e biólogos. Por fim, especula-se sobre o futuro da vida e a possibilidade de vida noutros locais do Universo.
![]() |
|
13 de Outubro – Planetas Extra-Solares
Nuno Santos (CAAUL)
Deste tempos imemoriais que o ser humano se questiona sobre a existência de outros “mundos”. Será que o nosso Sistema Solar é único? E será que há vida noutros planetas? A resposta a estas e outras questões começa agora a desenhar-se. Nos últimos 7 anos os astrónomos puderam detectar mais de uma centena de planetas a orbitar outras estrelas. Estas descobertas permitiram por um lado provar que os planetas pululam no universo. No entanto, a grande diversidade de mundos até agora descobertos abriu inúmeras e interessantes questões. Neste seminário vamos resumir a situação actual no contexto da procura de planetas extra-solares, mencionando as técnicas utilizadas, bem como os resultados mais recentes.
![]() |
|
20 de Outubro – As estrelas e sua evolução
João Fernandes (OAUC)
Sabemos hoje que as estrelas nascem, evoluem e morrem. Esta perspectiva bem humana do ciclo de vida estrelas não é mais do que uma imagem. As escalas de tempo de evolução de uma estrela são astronómicas e impossíveis de seguir directamente pela observação humana. O Sol, por exemplo, nasceu há 4500 milhões de anos e viverá outro tanto. Estrelas há que não chegam a viver mais do que alguns milhões de anos. Outras estão cá desde que o Universo se formou há mais de 13000 milhões de anos. Mas como é que sabemos isso ? A resposta será dada na palestra, mas pode adiantar-se que este conhecimento é fruto de uma constante interacção entre a(s) teoria(s) e a observação. Não há outra forma de fazer as coisas.
![]() |
|
3 de Novembro – A Morte das Estrelas
Rosa Doran (CAAUL/NUCLIO)
No final do ciclo de vida de uma estrela podemos encontrar esses objectos incrivelmente simples, os Buracos Negros Estelares. São os objectos mais simples do Universo. Não emitem luz, e no entanto são responsáveis pelos fenómenos mais energéticos que conhecemos. Estes objectos foram propostos teoricamente pela primeira vez no século XVIII mas as primeiras evidências da sua existência só surgiram no final do século passado. Se não são visíveis, como é que podemos inferir a sua existência? Se são objectos tão simples, como é que sabemos tão pouco a seu respeito? Nesta palestra será apresentada uma breve perspectiva histórica, uma perspectiva moderna e serão apresentadas ainda as últimas descobertas e técnicas de detecção.
![]() |
|
10 de Novembro – Via Láctea
André Moitinho (CAAUL)
Quem olhar para o céu numa noite limpa e escura verá uma banda ténue que atravessa o firmamento. Esta é a Via Láctea – a nossa galáxia, uma entre os biliões que existem no universo. A Via Láctea contém cerca de 200 biliões de estrelas, entre as quais o nosso sol, e um sem número de outros objectos. Nesta palestra falarei de como se formou, evoluiu e de que é feita a Via Láctea.
![]() |
|
17 de Novembro – As outras Galáxias
Catarina Lobo (CAUP/FCUP)
Cerca de quinze mil milhões de anos-luz separam a Via Láctea – a galáxia que alberga o nosso Sol e da qual fazemos parte – dos “confins” do Universo, de onde nos chega a radiação cósmica de fundo, autentica marca arqueológica que indica os primórdios do nosso Universo. Simulando uma longa viagem através deste espaço, que nos fará igualmente recuar no tempo, descobriremos todo o tipo de galáxias, isoladas ou membros de aglomerados, que povoam o espaço cósmico. A observação e estudo das suas propriedades (físicas, estruturais, morfológicas, …) e interacção ajudam os astrónomos a desvendar os mistérios da formação e evolução das estruturas do Universo.
![]() |
|
24 de Novembro – Cosmologia
Domingos Barbosa (CENTRA/IST)
O Fundo de Radiação Cósmica em Microondas é o fóssil mais antigo da história cósmica. Repositório, pela sua origem -300 000 anos após o Big-Bang – de informação primordial sobre a geometria e o conteúdo do Universo, ele constitui a sonda de escolha para estudar a evolução do Universo, permitindo-nos dizer com razoável certeza que o Universo é plano, está em expansão acelerada e cheio de uma (ainda misteriosa) energia do vácuo.
![]() |
|
15 de Dezembro – O Futuro da Astronomia
Durante algumas segundas feiras vimos muito mais do que estrelas, pudemos fazer um pequeno e agradável passeio que nos levou do Sistema Solar até os confins do Universo, as certezas e os enigmas, a ciência e o saber, a Astronomia que se faz em Portugal. Resta-nos saber, que futuro? Para responder a essa pergunta reservamos para o fim uma sessão especial dedicada ao “Futuro da Astronomia” . Nesta sessão vamos dar uma perspectiva geral das duas maiores organizações europeias ligadas à Astronomia, o ESO (Observatório Europeu do Sul) e a ESA (Agência Espacial Europeia), das quais Portugal é membro de pleno direito. Para isso convidamos dois astrónomos: o representante de Portugal no ESO, João Lin Yun (Director do Observatório Astronómico de Lisboa) e Pedro Viana, representante no Astronomy Working Group da ESA (e docente da FCUP). Que futuro para a Astronomia em Portugal?









